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Patriarca ordena 13 diáconos e um sacerdote no início do Advento: “A missão nasce da esperança”
Por Nuno Rosário Fernandes
Publicado em 01/12/2025 11:20 • Atualizado 01/12/2025 11:22
Diocese
Foto: Patriarcado de Lisboa

No primeiro Domingo do Advento, 30 de novembro de 2025, a Igreja de São Vicente de Fora acolheu a ordenação de um presbítero e treze diáconos, numa celebração presidida pelo Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério. A homilia, marcada pelo tema da esperança, situou a ordenação no contexto do caminho sinodal e jubilar que a Igreja e a Diocese vivem.

 

Advento: tempo de esperança e de chamamento

 

D. Rui Valério iniciou a sua reflexão recordando que o Advento abre “um horizonte luminoso — o horizonte da esperança”, evocando a visão profética de Isaías e reafirmando que “o futuro pertence a Deus”. A partir da liturgia do primeiro Domingo do Advento, sublinhou que a esperança cristã não é passiva, mas vigilante e ativa: é desejo do encontro com Cristo que vem ao encontro da humanidade.

Colocando a ordenação neste contexto, o Patriarca afirmou que o Advento é “o tempo do chamamento”, no qual a vocação se revela como dom e iniciativa de Deus. “A vocação acontece quando o Senhor passa junto da nossa vida e nos diz: ‘Segue-Me’”, declarou, lembrando que a resposta de cada ordinando — o seu «Eis-me aqui» — ressoa a história da salvação.

 

O ministério nasce de dentro: Cristo Servo e Cristo Pastor

 

A partir das palavras de São Paulo — “Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo” — D. Rui Valério recordou que a ordenação não consiste apenas na atribuição de funções, mas numa verdadeira configuração interior a Cristo. “O diácono reveste-se de Cristo Servo; o presbítero, de Cristo Pastor”, afirmou, explicando que as vestes litúrgicas são sinais visíveis de uma transformação que toca a vida por inteiro.

O Patriarca reforçou que antes de qualquer ação pastoral, os ordinandos são “amados de Deus”: “A Igreja confia-vos o que tem de mais precioso: o Evangelho, a Eucaristia, o Povo de Deus. Antes de servirdes, sois amados; antes de agirdes, sois de Cristo.”

Sublinhou também que nenhuma vocação se sustenta sem oração, enfatizando que o ministro ordenado vive sempre “em diálogo com Deus e com os irmãos”.

 

Eucaristia e missão: um mesmo movimento

 

Um dos pontos centrais da homilia foi o apelo missionário. Para o Patriarca, a celebração do mistério pascal abre sempre o coração aos que estão ausentes ou afastados, aos que “têm fome silenciosa de Deus sem ainda O reconhecerem”.

A missão, disse, nasce diretamente da Eucaristia: “A evangelização não começa depois da Missa: nasce dela.” Por isso, convidou os novos ministros a deixarem-se transformar em “pão repartido e luz acesa” para todos os que procuram sentido, reconciliação e esperança.

 

“O mundo tem sede de esperança”

 

No final da homilia, D. Rui Valério olhou para os desafios do tempo presente e lembrou que o mundo tem “sede de esperança, de paz, de perdão e de sentido”. A Igreja, afirmou, necessita de ministros que se gastem pelos pobres, curem feridas, acompanhem famílias e jovens, e levem o amor de Cristo ao coração da sociedade.

A ordenação, sublinhou, “não é um ponto de chegada, mas uma Páscoa de partida”, uma entrada num caminho de saída e missão, profundamente marcado pelo espírito do Jubileu da Esperança.

 

Maria, Mulher do Advento, como modelo

 

A concluir, o Patriarca confiou os novos ordenados à proteção de Maria, “Mulher do Advento”, pedindo que os ensine a viver diariamente o «Faça-se», e convidou todo o Povo de Deus a caminhar “à luz do Senhor” até ao encontro definitivo com Cristo.

A celebração encerrou com um forte clima de alegria e gratidão, refletindo não só o dom das vocações, mas também o dinamismo missionário da Igreja de Lisboa no início de um novo ano litúrgico.

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