A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) concluiu esta quarta-feira, em Fátima, as suas Jornadas Pastorais, centradas no processo sinodal em curso na Igreja Católica. O encontro, que decorreu desde segunda-feira, reuniu bispos, religiosos, representantes diocesanos e diversos setores da pastoral, refletindo sobre os desafios e horizontes da sinodalidade.
“É preciso que a Igreja toda seja envolvida”, afirmou D. José Ornelas, presidente da CEP, sublinhando que os últimos dias de trabalhos foram um sinal de esperança e uma resposta ao “desejo de renovação” sentido nas comunidades eclesiais. O bispo de Leiria-Fátima pediu que os debates se traduzam em “atitudes, programação, em vida”.
Também D. Virgílio Antunes, vice-presidente da CEP e bispo de Coimbra, destacou que “há um caminho novo” sob o impulso da sinodalidade, alertando para os riscos da desvalorização ou da estagnação do processo: “Precisamos de passar da manifestação de desejos para passos concretos e decididos.”
O texto conclusivo das jornadas, aprovado pelos mais de 100 participantes, afirma que “a sinodalidade em Portugal está viva, em processo e em construção”. O documento reforça a importância de comunicar com clareza e proximidade, especialmente com os jovens, e defende maior presença da Igreja nos espaços públicos e plataformas digitais.
Entre as propostas debatidas estão a formação de padres e leigos, orientações pastorais comuns adaptáveis a cada realidade e a criação de redes interdiocesanas para partilha de boas práticas. Também foram reconhecidas várias dificuldades, como resistências culturais, falta de meios e cansaço institucional.
As jornadas iniciaram-se com uma reflexão teológica por D. Alexandre Palma, bispo auxiliar de Lisboa, e incluíram uma avaliação da implementação do processo sinodal nas dioceses, cinco meses após o I Encontro Sinodal realizado também em Fátima. O secretário da CEP, padre Manuel Barbosa, lembrou ainda o próximo Jubileu das equipas sinodais no Vaticano, entre 24 e 26 de outubro.
Com este encerramento, a Conferência Episcopal renova o compromisso de ser uma Igreja mais participativa, transparente e aberta ao futuro, assumindo que “ser verdadeiramente Igreja significa ser verdadeiramente sinodal”.