A Sé Catedral de Lisboa acolheu esta noite uma Missa de Acção de Graças pela eleição do novo Papa, Leão XIV. A celebração, que foi presidida pelo Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, que estava acompanhado pelos três bispos-auxiliares, contou com a presença da minstra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social Maria do Rosário Ramalho, em representação do Primeiro Ministro, e de várias entidades civis, militares e religiosas, o representante da Casa Real, D. Duarte Pio de Bragança, e foi transmitida em direto pelo canal do Patriarcado de Lisboa no YouTube e pela Rádio Amparo, permitindo que milhares de fiéis em todo o país acompanhassem o momento.
Na sua homilia, D. Rui Valério destacou que a eleição de Leão XIV representa um tempo novo de esperança para a Igreja. "A Igreja, guiada pelo Espírito Santo, reconheceu nele aquele que foi chamado a apascentar os cordeiros e as ovelhas de Cristo", afirmou, sublinhando o caráter de serviço da missão papal, não como domínio ou prestígio, mas como cruz e responsabilidade nascida do amor.
Comentando o Evangelho proclamado, D. Rui Valério evocou o diálogo entre Jesus ressuscitado e Pedro, sublinhando que a autoridade na Igreja nasce da resposta amorosa e humilde à pergunta de Cristo: «Tu amas-Me?» Uma pergunta que, segundo o Patriarca, hoje ressoa no coração do novo Papa. "Pedro não é escolhido por ser perfeito, mas por amar", disse, citando também palavras da primeira homilia de Leão XIV, que reafirmou a centralidade da fé na missão da Igreja.
O Patriarca destacou ainda a coincidência da eleição papal com o início do Jubileu de 2025, considerando-a um "sinal providencial" para os fiéis: “Um novo Papa para um novo tempo de graça, um novo Pedro para conduzir o povo santo de Deus como peregrino da esperança no meio das tribulações do mundo.”
Olhando para os desafios contemporâneos, o também bispo de Lisboa alertou para a tentação de buscar segurança no poder, na tecnologia ou no prazer, e lembrou que a Igreja é chamada a ser “farol que ilumina as noites”, uma “casa de misericórdia e escola de santidade”. Encorajou todos os fiéis a tornarem-se testemunhas da Ressurreição, sustentados pela Eucaristia e animados pela esperança cristã.
Na parte final da homilia, D. Rui Valério apelou a uma Igreja mais missionária e sinodal, comprometida com o anúncio de Cristo mesmo nos lugares mais difíceis, e concluiu com um apelo à oração pelo novo Papa: “Que o Senhor o sustente com a força do Espírito, o ilumine com a sabedoria do Alto e o console com o amor de todo o povo de Deus.”