A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) alertou para a persistência de graves problemas sociais em Portugal, como a pobreza, a crise na habitação e as desigualdades, num contexto que classificou como de “significativas complexidades sociais”. No comunicado final da 211.ª Assembleia Plenária, que decorreu em Fátima até ontem, os bispos apelaram a uma campanha eleitoral “honesta e esclarecedora” e defenderam o direito a um trabalho digno, especialmente no Dia do Trabalhador.
“Atravessamos um tempo marcado por grandes desafios sociais, com impacto direto na vida das famílias”, afirma o documento, destacando a importância de salários justos, sobretudo para os mais jovens. A nota foi divulgada no dia em que a Igreja celebrou São José Operário e o país assinalou o Dia do Trabalhador.
A CEP abordou ainda a questão da migração, realçando os desafios associados ao acolhimento de migrantes, inserindo este tema num cenário internacional cada vez mais complexo. Neste quadro, a Igreja apela aos partidos para que priorizem o bem comum e a justiça social.
“É urgente um diálogo entre as principais forças políticas para alcançar estabilidade governativa e restaurar a esperança dos cidadãos”, refere o texto. A conferência lembrou que as eleições legislativas antecipadas para 18 de Maio são uma oportunidade para esse compromisso.
O presidente da CEP, D. José Ornelas, reforçou que o voto é “um dever cívico”, evocando os 50 anos das primeiras eleições livres em Portugal. Em declarações aos jornalistas, sublinhou a necessidade de se discutir “modelos de governação” e não se perder em “casos e casinhos”.
A Assembleia contou com a participação dos membros da CEP, do núncio apostólico e de representantes dos institutos religiosos e seculares do país.
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*com agências