Consultor de estratégia, Rui Cruz é militante do Chega desde 2019. Lembra-se de quando Benfica tinha elétricos, e de visitar o Parque Silva Porto com os avós. Diz que Benfica tem uma mistura interessante entre o histórico, o rural e o urbano, mas que precisa de rejuvenescer e de se reconstruir. Põe a tónica na modernização da Freguesia e elege como primeiro desafio a organização de como a Junta pode trabalhar – no que diz respeito a práticas e aos processos de trabalho e transparência.
Habitação
Como primeiras medidas para a Habitação, considera reabilitar prédios devolutos e vender apartamentos nos bairros sociais aos arrendatários cumpridores. Para o candidato, os habitantes dos bairros sociais têm de respeitar um caderno de encargos, que deve ser mais transparente, para que a habitação social possa servir, realmente, quem precisa. Pretende que mérito e disciplina sejam um dos critérios da avaliação. “A vulnerabilidade tem de ser avaliada e quantificada”, diz Rui Cruz.
O candidato do Chega a Benfica defende que é preciso fazer um levantamento do parque habitacional disponível e daquele que é necessário. Mas, como primeira medida para a Habitação pretende mesmo promover um levantamento do edificado que há em Benfica e perceber o quão vulnerável é a Catástrofes.
Segurança e Ordem Pública
Rui Cruz pretende prevenir que Benfica se torne insegura, apesar de reconhecer que não há falta de segurança. O candidato prevê resolver o problema antes de ele existir, e trazer para a rua mais policiamento, em articulação com a Câmara Municipal de Lisboa (CML) e a PSP. Também defende que a videovigilância é um bom processo, e um fator dissuasor da criminalidade.
O programa que apresenta também fala em “Tolerância Zero” ao vandalismo, integrado numa política para a juventude. À Rádio Amparo, Rui Cruz defende que “Tolerância Zero” está integrada num Programa de “Educação, Juventude e Família” que prevê corrigir comportamentos e ocupar os infratores com programas, como o trabalho comunitário, integrados numa estratégia de orientação dos jovens.
Transportes e Mobilidade
Defesa da extensão do Metro, mais autocarros, prioridade de estacionamento a residentes e melhor iluminação – são as propostas que o Chega traz para Benfica. Argumenta que já houve, no passado, estudos do prolongamento da linha Amarela até Benfica. Pretende insistir junto da Câmara, da Assembleia Municipal e de outras entidades para concretizar a medida. E sonha com a criação de um interface junto da Estação de Benfica que funcionaria como dissuasor da entrada de carros para a cidade através da Freguesia. “As realidades, primeiro sonham-se, depois concretizam-se”, argumenta Rui Cruz.
Para realizar esta sua visão, reconhece que teria de ser feito um trabalho diário, e não apenas de quatro em quatro anos, junto de todas as entidades competentes. Quanto ao financiamento desta medida, sugere o recurso a fundos europeus.
Estacionamento
Para conciliar estacionamento para comerciantes, visitantes e moradores, Rui Cruz reconhece que tem de se arranjar mais espaço. Avançou que, em termos do Plano Diretor Municipal, há viabilidade para construir estacionamento nos terrenos das Portas de Benfica e na Rua da República da Bolívia. Para cobrir os custos, defende o desenvolvimento de parcerias que sejam viáveis em termos de custo/benefício. Neste aspeto, deixa críticas à EMEL, uma vez que esta, tendo sido inicialmente constituída para resolver o problema do estacionamento em Lisboa, acabou por apenas ordenar a forma como se estaciona.
Saúde
Identifica que o problema da Saúde é a sua dimensão, que não acompanhou o aumento da procura. Rui Cruz considera que o SNS deveria ficar apenas ao serviço dos mais carenciados, procurando-se alternativas que complementem o seu funcionamento em articulação com os privados para servir o resto da população. Neste aspeto, defende que a Junta de Freguesia tem capacidade para ir buscar dinheiro a outras fontes.
Apoio Social e Desporto
No que diz respeito ao Apoio Social, Rui Cruz anuncia que, para a sua candidatura, é prioritária a criação de uma unidade de cuidados paliativos que também proporcione apoio domiciliário aos idosos que vivem sozinhos.
Defende o desenvolvimento de equipamentos desportivos nos terrenos contíguos ao Fofó, com recurso a financiamento junto de fundos europeus, mas também através do estabelecimento de parcerias com privados, partindo de uma análise de custo-benefício.
Por fim, e como o incentivo à natalidade faz parte do programa do partido, Rui Cruz apresenta como urgente a inversão da tendência de prejudicar o direito ao emprego a quem quer ter filhos. O candidato avisa que, a continuarem estas políticas, não tarda os portugueses ficarão reduzidos a 5 milhões. Garante que fará tudo para garantir apoios à natalidade e à família.
Higiene Urbana
A candidatura de Rui Cruz propõe um “Plano de Choque” para a Higiene Urbana, com recolha imediata de todo o lixo que há nas ruas, seguido de uma continuidade promovida pela Câmara Municipal que comporte recolha de indiferenciados durante seis dias da semana.
Autarquias e Transparência
Acompanha as críticas de outros colegas de partido à qualidade dos autarcas. Mas garante que, ao contrário dos “aparelhistas” que existem hoje nas autarquias, não está dependente da política para sobreviver. Não tem nada contra quem faz política por profissão, mas que seja por amor, e não por interesse.
Defende auditorias externas e apresentação de relatórios trimestrais em todas as juntas de freguesia, e, se for eleito em Benfica, promete começar por fazer uma auditoria externa às contas da Junta e também aos processos, uma vez que não compreende a estratégia deste executivo quanto às escolhas para o investimento – pois não há indicadores de desempenho do alcance das medidas, critica.
O Chega em Benfica
Perguntado se a sua candidatura pode ser prejudicada pelos problemas que têm vindo a público envolvendo alguns militantes do Chega, Rui Cruz alega que o seu não é o único partido com problemas. E garante que, ele próprio, não tem qualquer problema, e que os eleitores de Benfica, como pessoas “de bem”, sabem avaliar quem é bom e quem não é.
Tem a expectativa de chegar aos 12% de votação nestas eleições. E, apesar de referir que não lhe é indiferente quem ganha a CML, aposta no diálogo e nas vias de concordância, e avança que fará parcerias com quem apresentar as boas propostas, pois diz que esse é o único critério do partido.
Confessa que o grande objetivo que tem para estas eleições é quebrar a maioria absoluta que existe em Benfica.
Governar Benfica
Rui Cruz defende que o Chega não é um partido que exclua ninguém, mas também não é complacente com quem se autoexclui. Aceita a heterogeneidade de uma freguesia como Benfica, e garante que está de braços abertos para todos quantos queiram trabalhar e integrar-se na Freguesia – mas também que as regras dizem que quem não quer trabalhar ou integrar-se, não está cá a fazer nada.
Foi-lhe perguntado se não tem demasiadas promessas dependentes da CML e do Governo, e Rui Cruz responde com dois provérbios populares: que “a união faz a força”, e que “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. Promete abrir portas e chatear as entidades que devem ser chateadas.
Prioridades
Rigor nas contas e transparência nos processos, são as suas prioridades. Rui Cruz também promete orientar a Junta para uma gestão eficiente. Do quotidiano, destaca a aposta na Limpeza, na Habitação (aproveitando o que está bem feito e virar a página), mas, sobretudo, em modernizar Benfica, “um caminho que se faz caminhando”, concluiu.
Rui Cruz estará presente no debate entre todos os candidatos à Junta de Freguesia de Benfica que provêm de partidos representados na Assembleia de Freguesia, a acontecer aqui, na Rádio Amparo.
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